O teatro é diferente de qualquer outro meio de expressão e essa singularidade é o seu trunfo. No entanto, tenho a sensação de que algumas encenações, numa tentativa de atrair “novos públicos”, resvalam para uma espécie de espectáculo pop, com impressionantes efeitos de luz, som e fogo-de-artifício, como se o palco fosse o youtube e a peça um sketch de stand-up comedy. O horror à “falta de originalidade”, ao respeito pelo cânone, ao teatro “chato”, ao teatro que não faz rir, ao silêncio, ao vazio, tem conduzido algum teatro a uma imitação simplista dos truques e mecanismos dos conteúdos online.
Noutro capítulo — mas com ligações espirituais a este —, recordo como a banda filarmónica destes arrabaldes respondeu às vozes críticas que pediam uma abordagem mais contemporânea* ao exercício: com uma versão
desta música.
* Para falar a verdade, arredondei a reclamação: pedia-se, sim, que tocassem umas coisas mais modernas.
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