sábado, 11 de março de 2017

O Almada vai dar um bom marido

Quando voltou de Madrid, em 1932, José de Almada Negreiros passou por nova fase financeira difícil. Tinha perdido contactos e era complicado arranjar encomendas. Os empregados da Brasileira do Chiado chegaram a oferecer-lhe refeições, por ele não ter dinheiro para as pagar. Foi por essa altura que começou a falar com a pintora Sarah Affonso, uma das poucas mulheres que ousavam ir à Brasileira sozinhas. Fazia-o quase por desafio, mas também por ter estado duas temporadas em Paris nos anos 20 teve de voltar para Portugal quando a mãe morreu, para tomar conta dos irmãos mais novos. 
Decidiram casar-se em menos de um ano. "Olhe, acho que o Almada fez um bom casamento, você não.", admitiu António Pedro à noiva. Já Fernando Pessoa transmitiu-lhe opinião oposta, numa conversa no café Martinho da Arcada: "O Almada vai dar um bom marido, porque na altura certa de ser rapaz, foi rapaz. Teve uma juventude certa."
Sobre Almada na revista SÁBADO desta semana, o que importa.

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