domingo, 6 de agosto de 2017

Romance de umas águas-furtadas

O Silva Pinto escrevia de quando em quando cartas à condessa d'Edla, pedindo-lhe dinheiro. A condessa arquitectou um romance: nunca o vira e imaginou um poeta pobre, numas águas-furtadas, morrendo por ela. E mandava-lhe às vinte e trinta libras. Um dia viu-lhe um retrato no atelier do Columbano...
– Então este velho é que é?!...
E não lhe deu mais dinheiro.
Raul Brandão, Memórias.

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